28.4.09

just because

estamos a precisar de imagens neste blog

que agora sabe melhor ver do que ler, fazemos tudo tão rápido que nem temos tempo para a cadência de muitas palavras

e porque eu fui passear au bord du lac e não te tinha contado que tinha visto estas coisas bonitas

e achei por bem partilhá-las

porque agora fico fascinada com coisas que dantes me passavam ao lado. ou será que este ano está tudo mais florido, o céu mais azul e as árvores mais verdes do que nunca?

porquê?

porque é que só me apetece fazer posts quando não tenho tempo?

chicken soup

terá qualquer coisa a ver com o facto de ter passado o fim de semana a comer sopa de arroz, cenoura e frango e a espirrar as tripas de cada vez que ia à casa de banho, esta minha alegria por saber que não sou a única [que não tem gripe suína] e que a bicharia que para aí anda tem dado azo a boas criações, como a melhor chicken soup de sempre.

era só para dizer. é que apetece-me continuar a comer sopa de arroz, frango e cenoura [o resto, dispenso. a sério.]

17.4.09

all i really need to know i learnt in kindergarten

"All I really need to know about how to live and what to do and how to be I learned in kindergarten. Wisdom was not at the top of the graduate school mountain, but there in the sand pile at school.
These are the things I learned:

* Share everything.
* Play fair.
* Don't hit people.
* Put things back where you found them.
* Clean up your own mess.
* Don't take things that aren't yours.
* Say you're sorry when you hurt somebody.
* Wash your hands before you eat.
* Flush.
* Warm cookies and cold milk are good for you.
* Live a balanced life - learn some and think some and draw and paint and sing and dance and play and work every day some.
* Take a nap every afternoon.
* When you go out in the world, watch out for traffic, hold hands and stick together.
* Be aware of wonder. Remember the little seed in the Styrofoam cup: the roots go down and the plant goes up and nobody really knows how or why, but we are all like that.
* Goldfish and hamsters and white mice and even the little seed in the Styrofoam cup - they all die. So do we.
* And then remember the Dick-and-Jane books and the first word you learned - the biggest word of all - LOOK.

Everything you need to know is in there somewhere. The Golden Rule and love and basic sanitation. Ecology and politics and equality and sane living.

Take any one of those items and extrapolate it into sophisticated adult terms and apply it to your family life or your work or government or your world and it holds true and clear and firm. Think what a better world it would be if we all - the whole world - had cookies and milk at about 3 o'clock in the afternoon and then lay down with our blankies for a nap. Or if all governments had as a basic policy to always put things back where they found them and to clean up their own mess.

And it is still true, no matter how old you are, when you go out in the world, it is best to hold hands and stick together."

[In "All I Really Need to Know I Learnt in Kindergarten" por Robert Fulghum. Em http://www.robertfulghum.com/]

14.4.09

barcelona - coisas das ruas e pequenos momentos

mas há coisas que nem precisam de ser incontornáveis, nem andar de nariz no ar para encontrá-las. pequenos recantos, instantes que se apanham, com sorte, na máquina. mas que valem por si só, por serem gratuitos e inesperados. como se fossem acidentes.

não tinha ido a este jardim da outra vez. mas vi que tinhas escrito no meu livro que valia a pena e lá fomos nós. na capela do antigo hospital, havia uma exposição, onde um velho senhor meteu conversa comigo e insistiu noutros recantos da sua barcelona que eu devia visitar. e que falar diferentes línguas era como cantar. a linguagem é música, dizia ele.

"las palabras no tienen absolutamente ninguna posibilidad de expresar nada. en cuanto empezamos a verter nuestros pensamiento en palabras y frases todo se va al traste." [marcel duchamp]
já me tinha ocorrido...
um portão com pinta
e a sinalização de saída dos becos da cidade vielha, que se entrelaçam, se torcem e se cosem. e onde chineses me vieram pedir indicações e eu fiz de conta que era dali.

o endereço mais engraçado de se escrever, carrer d'en tantarantana. dá vontade de o cantarolar.

e que nos levou até ao museu de chocolate.

que por si só é uma desilusão e uma perda de tempo, exceptuando os bilhetes que são barrinhas de chocolate negro. mas tem a particularidade de estar inserido numa escola de pastelaria que tem uma vitrine com muitos metros por onde podemos espreitar para uma das salas de aulas. e onde fiquei seguramente uma hora a ver pasteleiros-to-be a amassarem massa folhada, a fazerem ovos de chocolate artesanais e a cobrirem triângulos de massa folhada com uma pasta de merengue que os deverá depois tornar em jesuítas... escusado será dizer que foi preciso arrancarem-me, e à rita, de lá. pergunto-me se não seria uma vocação mais apropriada para mim, aprendiz de pasteleiro.

e uma farmácia à maneira. eu tornava-me cliente, seguro.

andar de guarda-chuva na rua e ir às compras de carrinho. como se fôssemos da casa.

barcelona - de nariz no ar

mas barcelona não são só os incontornáveis. desde que comecei a procurar para além do óbvio com o meu olho fotográfico, comecei a encontrar outros pormenores em todo o lado, sobretudo acima, muito para cima da minha altura.

os meus novos objets de désir: primeiro as árvores, depois as nuvens. agora colecciono-as.


e barcelona é um nicho. em todo o lado se tropeça em pequenas curiosidades, pequenas belezas.

e anda-se sempre com o nariz em todo o lado. no ar, da esquerda, para a direita, a tentar absorver tudo. era capaz de viver aqui anos e anos e ainda admirar-me com algo diferente todos os dias.






um enquadramento que eu gosto



barcelona - incontornáveis

aqui estão, as tanto esperadas fotografias da semana que passei em barcelona.
o que gosto tanto desta cidade, é das suas múltiplas facetas. onde se pode fazer tudo, onde se pode ser tudo e o que se quiser.

ficámos numa casa de família. antiga, encantadora, grande. assim que entrei na porta, fiquei com vontade de me apropriar dela e de fazer dela minha. era o chão da cozinha, as paredes, os candeeiros, os espelhos. queria tudo.

e durante os dias que passeámos, os incontornáveis.

la pedrera

a casa battló

e a eterna inacabada sagrada família.

o parque güellque mesmo visitado e revisitado, é inspirador, é sempre espectacular


o museu picasso

a catedral

o mercado, onde só dá vontade de ser habitante de barcelona para poder fazer lá compras todos os dias

e o montjuïc, num dia chuvoso, em que andamos encharcados até chegar a casa

13.4.09

basta

basta sair de casa determinada
assim
hoje vou tirar fotografias
mas chove!
sa quilhe
hoje vou tirar fotografias

que se começa a olhar para cima
e a ver coisas sórdidas
que nos fazem lembrar filmes
e depois que os filmes se baseiam na vida
e só devemos estranhar a vida - e não os filmes


há enquadramentos perfeitos - que eu não consigo captar


enquadramentos reais, ou da época.
como hoje, foi páscoa na cónega, na rua da boavista
fui lá sozinha, chovia, estava tanta gente
era tão familiar mas não me senti intrusa por um momento

as colchas às varandas
as flores a cair
a banda filarmónica
tanta gente a entrar e a sair, que rebuliço!

queremos deus
queimar o judas
as quatro cruzes reunem-se
atrás a banda, já bebeda
e atras, bêbedos, os amigos, a família, a comunidade a parar o trânsito, a cantar pelas ruas, a enchê-las, abraçados
que bonito!
mesmo aqui na ponta do meu nariz empinado
e eu nunca vi!
é só estar alerta
ou decidir que é hoje que se vai estar
e se vai explorar

amanhã vou continuar a ser exploradora.
hm hm

11.4.09

i'm back