30.9.06



gelo e teia

por falar em geleia,
a dona gracindinha é que fazia geleia e mel, os melhores que alguma vez provei, e nos dava.
ela vivia aqui perto, sozinha, numa casa enorme, de pedra. sempre que lá entrava a casa estava impecável, lembro-me que a entrada era quase austera e pouco convidativa mas o hall dava directamente para o quintal, que era do melhor. enorme e com muitos verdes. suponho que gostava muito do meu pai. em épocas de festa dava-nos tanta coisa. flores na páscoa, pão de ló caseiro, bolo rei. a única coisa que recebia em troca era a visita do seu jorge quando lhe levava os restos de comida para o seu cão-monstro, que a minha mãe me fazia guardar em tupperwares mal-cheirosos.

enfim, lembrei-me da velha.
ela agora já não vive lá, vive num lar e acho que está a gostar. qualquer dia vamos visitá-la, disse a minha mãe. e vão construir não sei quê no lugar do seu quintal.

resiliência

da física e tal
se depois de várias amolgadelas, amassadelas, pontapés um determinado material consegue voltar à forma inicial
se depois de distâncias, de coisas não ditas se consegue voltar a um zero
se as marcas dos corpos, feitas por algum motivo, desaparecem quando desaparecerem da carne

conceito mais mal roubado.

pensa no..."pegageusité".
mais como crias camadas em ti. de geleia, que pega bem.
crias camadas de coisas e cresces e cresces e cresces!e és tudo e nunca conseguirás desamolgar-te.
e é melhor assim...so se é tabula rasa uma vez.

espera tu não cresces, tu és amaldiçoada.

28.9.06

isto és tu.

Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.

Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.

Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.

Assim devera eu ser
se não fora não querer.

Alexandre O'Neill

26.9.06

the earth from beneath turns to sand

Sonhei ao mesmo tempo com as cartas de S.Paulo e lesbianismo.
Quase babava a bíblia.

25.9.06

know high fidelity? well.





oh fuck treasure island diz:
vai para a biblioteca
Joui diz:
as 8:30
Joui diz:
se calhar vou para um sítio com café
Joui diz:
se for pra biblioteca já sei que vou cuscuvilhar os livros de arte
Joui diz:
ando a evitar a biblioteca por causa disso
Joui diz:
não posso ir a um sítio onde me possa expandir
Joui diz:
senão é o caralho

24.9.06

when I can say no more

Là où je suis née
Il n'y a pas de gare
Il n'y a pas de route
Même pas de trottoir

Là où je suis née
Il n'y a pas de phare
Il n'y a pas de train
Loin dans le brouillard

Oh je lis dans vos yeux
Que je ne peux pas compter sur vous
Mais j'y retournerai
J'irai seule c'est ma vie après tout

Là où je suis née
Il n'y a pas de gare
J'y vais en secret
Rien que de mémoire

Il y a des odeurs de lessive
De fleurs et c'est si doux
Il y a des cabanes dans les arbres
Et de l'amour surtout

Là où je suis née
Il n'y a pas de guerre
Et les hommes sont de toutes les couleurs

Oh je lis dans vos yeux
Que je ne peux pas compter sur vous
Mais j'y retournerai
J'ai oublié le chemin c'est tout

(Camille)

22.9.06

metapensamento

É pensar sobre o pensamento, não é?
Estou assim

je regarde le vide

synergy:

the extra energy, power, success, etc. that is achieved by two or more people or companies working together, instead of on their own

21.9.06

5 a.m.

"sinceramente, acho que é a melhor opção"

14.9.06

le début et la fin du fil

mas para que o queres afinal?
é que depois à medida que caminhas ele vai-se esticando, se tiveres o azar de não o ter emaranhado - que o tens, porque és tu - e um dia ficarás presa. com um fio a prender-te ao centro da terra, a atravessar-te, e a prender-te ao mais alto do céu.

Estar presa, é tudo aquilo que neste momento não queres...
esquece lá o fio. a planura dos dias que vão vir precisam da confusão na tua cabeça.

Boas. As crianças amaldiçoadas nunca crescem.