30.3.09

Did You Know

24.3.09

finalmente, fui a guimarães ver a mackay.
apesar de não acreditar, foi principalmente por ela que fui, e não pelo centro vila flor - que não conhecia e gostei muito




comemos ameixas e conversamos, enquanto ouviamos música e putos "se eu fosse como tu já estava no teatro".

entre outras coisas obscenas, um jesus verde de agonia



eu, ursa
no domingo fomos fazer a via romana XVII, póvoa de lanhoso-braga. fizemos póvoa de lanhoso-braga, mas não pela via romana.


tive um fim de semana bonito, fácil.

21.3.09

s. josé

visita relâmpago

foi-se embora tão de repente como veio
mas ainda tivemos tempo de passear e de respirar o ar pré-primaveril, e aproveitar esta luz que ele não tem lá

fomos até ao gerês e passeámos nas calmas por volta da milha xxvi da geira romana, com os cenários tão típicos da região

o milho a secar num espigueiro

os locais a tomar conta das colmeias. ficámos a saber que cada caixote daqueles pode produzir até 6-8l de mel. e depois fugimos quando uma abelha ficou presa no cabelo do zvo e ele desatou aos pinotes para tentar sacudi-la

vimos um sardão. o zvo costumava apanhá-los e torturá-los e diz que eles atacam mulheres. ele estava a olhar para mim de canto, mas eu gostei das tatuagens dele. é um ménão, este.

apesar da vegetação, o sol bate forte aqui. se continuássemos, iríamos dar a algures perto da mata da albergaria, mas voltámos para trás.

e o meu novo fetiche fotográfico são as árvores.

e lá se foi o fim de semana e, com ele, o zvo. e eu acabo de reparar que verduras e montes e natureza têm sido temas recorrentes nos meus posts. porque têm sido os meus momentos que mais valem a pena contar?

ainda bem que chegou a primavera...

19.3.09

uma digna mistela

também gostava de vos falar sobre uma mistela que magiquei no único dia que chegamos a casa suficientemente cedo para eu cozinhar para a minha tia. como eu faço uma ronda quase diária por alguns muitos blogs de culinária, nesse dia tinha-me chamado a atenção uma receita de massa com legumes no forno e tuna noodle casserole. e apeteceu-me juntar os dois.

o que aconteceu, foi que saquei de legumes que estavam para lá perdidos no frigorífico: uma cenoura, metade de um pé de brócolos, umas folhas de repolho verde-escuro, uma courgette, uma cebola roxa e bastante alho. tudo finamente cortado, regado com molho de soja, azeite e uns salpicos de vinagre, assim como algumas castanhas que encontrei no congelador. uma pitada de pimenta, outra sacudidela de tomilho, nenhum sal. e foi tudo ao forno a alta temperatura, para caramelizar.

quando o cheiro vindo do forno já era pecaminoso, cozi a massa e misturei um copo de leite com umas colheres de maizena. juntei atum aos legumes, atirei lá para dentro a massa e uns restos de queijo que estavam no frigorífico, a mistura do leite com a maizena e levei ao forno para gratinar.
o resultado foi uma mistela cremosa e muito saborosa. não tem grande aspecto, mas garanto-vos que estava deliciosa.
e ainda melhor no dia seguinte. dava-lhe já uma trinca!

18.3.09

superar-se

passei uns dias na madeira. como estive a recolher dados, não tive muito tempo para passear. no entanto, antes de ir, a minha tia ligou-me a perguntar se eu queria fazer a travessia da ilha de porto santo. ao que eu respondi logo "é claro que quero". como a maioria dos continentais, quando se fala em porto santo, pensa-se em 9km de praia, ilha pequena e tal. uma travessia não pode ser nada de outro mundo. ou pode?

lá nos levantámos bem de madrugada para acabar de fazer a mochila e apanhar o lobo marinho para a ilha dourada. as ondas do mar estavam bem bravas e o barco baloiçou e o meu estômago também baloiçou o meu pequeno-almoço borda fora. nada melhor para começar um fim de semana a caminhar.
os nossos companheiros e organizadores do passeio faziam parte de um grupo de aventura, e tinham restringido as inscrições a caminheiros frequentes. eu disse que era caminheira, só não disse de que tipo.

começámos a subir o monte logo acima do porto, em direcção aos picos que se avistam da praia. a primeira subida e eu, ainda enjoada do barco, já estava com os bofes de fora. pensava eu, subimos um monte, paramos, comemos e arranjamos um sítio para pernoitar.

subimos até aos moinhos, onde vimos as primeiras panorâmicas sobre a costa sul da ilha, a das praias.

depois subimos pela encosta de uma pedreira e começámos a escalar o monte que une os sopés do pico do castelo e do pico facho. é aqui que eu começo a duvidar se serei capaz de chegar até domingo com este ritmo. e a sentir-me um bocadinho culpada por ter contado uma mentirinha branca...

(fotografia da esquerda: sopé do pico do castelo à esquerda, sopé do pico facho à direita; fotografia da direita: a subir a encosta que une os dois picos)

e continuámos a subir em direcção ao pico do castelo, cuja encosta é permanentemente atacada por ventos fortes. vejam só como as árvores estão inclinadas!

mais uma panorâmica sobre o lado oeste da ilha. pode-se ver a pista do aeroporto, que atravessa a ilha quase de um lado a outro!

e o lado este, onde se pode ver a encosta que tínhamos acabado de subir (seguimos sempre pelo alto da formação rochosa).

lá no alto, ainda ganhámos mais um compincha. que tinha a particularidade de ter acabado de correr a meia maratona. caminhada como esta era brincadeirinha, e eu sempre com os bofes de fora. especialmente nas subidas. e por isso é que tiveram pena de mim e me emprestaram uns bastões. sem eles, não sei o que teria sido de mim.

o meu estágio de bastões começou na subida do pico do facho, o mais alto pico do porto santo.

para chegar ao topo, tivemos que largar as mochilas e escalar mais uma formação rochosa. as minhas botas estavam escorregadias e eu já estava bem borradinha. fiquei muito quietinha lá no alto, mas só dava vontade disso. de ficar quieta e calada a absorver o ar e a paisagem da ilha, aos nossos pés. normalmente, o porto santo é seco e árido, mas no fim do inverno todas as encostas cobrem-se de vegetação verdejante. quem lá passa para o veraneio, não imagina que a ilha é assim. depois de darmos umas trincas numa sandes, seguimos para o próximo pico. pico da gandaia, segundo percebi.

(é preciso dizer que tenho parentesco com a tolinha da foto?)

e depois, ó lá descemos a encosta do pico da gandaia até ao nível do mar. não me chame eu joui se não passei a descida a tagarelar para compensar a minha mudez nas subidas. escusado será dizer que quando disseram que a última etapa do dia era subir o pico branco pela formação rochosa e pernoitar lá em cima, pouco mais falei. nem fotos há. foi seguramente das coisas mais difíceis que subi/escalei, tão íngreme que um desiquilíbrio seria fatal, tão difícil que se não fosse o anoitecer, teria ficado paralisada a meio da encosta.

- falta muito? já estamos a meio, não?

- hmmm. 30%, quando muito!

- SÓ PODES ESTAR A BRINCAR!

mas no dia a seguir, pude ficar incrédula e contente quando vi o que tínhamos subido na noite anterior (a etapa final era aquela encosta rochosa que vai do centro e desce até ao canto inferior direito da foto).

dormimos mesmo lá no alto. numa parte do trilho que era um bocado mais larga, montámos as tendas, abençoados por umas santinhas. e dormimos logo a seguir ao pôr do sol. só quando acordámos é que pudemos ver o precipício que nos fez companhia durante a noite (e esta é a vista da porta da tenda).

de manhã, subimos ao ponto mais alto do pico branco, para espreitar a paisagem, que era de cortar a respiração.


e voltámos a descer tudo aquilo que tínhamos subido, mas por um trilho. em direcção a oeste, pela costa norte da ilha.


o objectivo do dia era contornar a costa norte, em direcção ao extremo oeste, e voltar pela praia (costa sul) até ao barco, que nos esperava na ponta leste. ou seja, contornar a ilha quase na totalidade. de repente, a paisagem mudou drasticamente.

e pudemos ver a encosta onde está assente o pico da gandaia na sua totalidade. na sua grandiosidade. e eu estive lá em cima!! (e o pico do facho lá no fundo)

e depois, sempre aquelas paisagens maravilhosas. (estou a ser chata? é que era tudo tão bonito...)
contornámos a costa norte, com as suas falésias.

até chegarmos ao campo de golfe. altura em que as botas começam a pesar e o passo a arrastar. doíam-me os pés e as horas a caminhar começavam a fazer mossa. mas ali, decidimos subir o monte da direita, de onde poderíamos avistar a ponta do extremo oeste da ilha. o monte da esquerda é o pico da ana ferreira, o único "importante" que não subimos.

e lá fomos, certinhos, certinhos, inspirar, passo, expirar, passo, que a respiração é meio caminho andado para conseguir. e no topo, fomos mais uma vez recompensados.

ao descer, depois de um fim de semana a escalar as formações rochosas mais escarpadas, mais perigosas, mais escorregadias, sem cair, eis que a joui faz uma à joui e tropeça nos seus próprios pés, num caminho com mais de 3m de largura. com todo o espaço para ela. a queda mais espalhafatosa de todos os tempos. e como para além dos pés, tinha dois bastões (que pertenciam a uma alma caridosa que tinha tido pena dela), é óbvio que caiu em cima de um e o entortou todo. momento de glória. e descemos à praia. com os pés para além de doridos, que alívio tirar as botas e caminhar na areia. e molhar os pés na babuchinha, mesmo estando frio, mesmo estando vento, mesmo estando chuva.

para trás, ficou um fim de semana cheio de obstáculos ultrapassados, cheio de provações. se no sábado achava que não ia aguentar, no domingo apercebi-me de que era capaz de muito mais do que pensava e que só saindo da zona de comodismo e puxando até ao limite é que conseguimos perceber que aquele esticãozinho extra não é tão difícil assim.

mas foi difícil, isso foi. e para a contabilidade final, 27 000 passos no sábado, e 33 000 no domingo.

e não me venham com tretas, que eu agora trato o porto santo por tu.

[sim, eu sei que me alonguei, mas também serve para eu me ir relembrando, refrescando. isto é algo que eu nunca mais quero esquecer]

16.3.09

92 - find a decent photobooth. a strip with good company


mexeu comigo, tudo tudo.
só para que conste, estou a tentar. estou a escrever e-mails, pesquisar possibilidades. quero regressar a granada. foi uma brutalidade, tenho a cabeça moidinha de pensar.
mas estou esperançosa, e feliz por ter um rumo.

15.3.09

estas é que são as saias

as saias do manuel do rio

que foi pescar no mar alto

em busca de um gordo safio

as saias do manuel do rio


safio no mar já não tinha

não tinha safio nem tainha

só tinha lá uma menina

que canta e não desafina


"manel do rio faz-me um filho

manel do rio, faz-me dois

que eu dou-te uma pipa de vinho

em cima de um carro de bois"


manuel do rio acreditado

mergulha no mundo salgado

em busca de um amor a dois

e ainda uma junta de bois


morre Manuel afogado

de amores e dores vencido

no rosto o sorriso rasgado

por baixo de um olhar perdido


e assim se acabam as saias

as saias do Manuel do rio

que foi pescar no mar alto

e nunca voltou com o safio

as saias do Manuel do rio

11.3.09

parabéns cati!

à minha host de dias bonitos, desejo um inesquecível!
um beijaço cá da bracara!


8.3.09

na estação de serviço

a super-mulher:

1. sê boa, acima de tudo, sê boa. confia no efeito da conformidade. se dás uma moeda a um homem estátua, mais farão o mesmo que tu;

2. vive segundo as tuas possibilidades;

3. tem sempre alternativas. sabe por onde tens de seguir, mas sê flexível.

4. sê forte com os fortes e débil com os débeis.

não há sósias, há só uma de ti, e todas juntas somos uma só. não há nada pior que a inveja. conforma-te, gosta de ti, cuida-te.

5. diz aos teus pais que gostas deles, e que se és bem educada, foi porque eles te formaram assim. diz-lhes.

quando chegamos, tinha os filhos à espera com um ramo de flores.

calle bonita















sempre um bom humor nas paredes.