por falar em geleia,
a dona gracindinha é que fazia geleia e mel, os melhores que alguma vez provei, e nos dava.
ela vivia aqui perto, sozinha, numa casa enorme, de pedra. sempre que lá entrava a casa estava impecável, lembro-me que a entrada era quase austera e pouco convidativa mas o hall dava directamente para o quintal, que era do melhor. enorme e com muitos verdes. suponho que gostava muito do meu pai. em épocas de festa dava-nos tanta coisa. flores na páscoa, pão de ló caseiro, bolo rei. a única coisa que recebia em troca era a visita do seu jorge quando lhe levava os restos de comida para o seu cão-monstro, que a minha mãe me fazia guardar em tupperwares mal-cheirosos.
enfim, lembrei-me da velha.
ela agora já não vive lá, vive num lar e acho que está a gostar. qualquer dia vamos visitá-la, disse a minha mãe. e vão construir não sei quê no lugar do seu quintal.
30.9.06
gelo e teia
Postado por cursed eyes às 3:02 da manhã
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2 comentários:
é possivel gostar de perder o mundo sobre o qual tens o poder de te sentir útil?
assim parece, os punhos cansam-se depois de uma vida como a dela.
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