19.7.10

swiss summer nights

acho que nunca tive um grupo de fotos tão curioso.

em lausanne, chegou o verão. chegou o calor. e os festivais na cidade. quando lá estive, a festa era na zona histórica e havia palcos por todo o lado com dança, música, teatro, recitais e muito mais.

enquanto esperava por este espectáculo de dança contemporânea, brinquei com a minha máquina e descobri que adoro um dos seus defeitos: o grão em iso elevado.

entretive-me a tirar fotos do casal à minha frente. mas eles devem-me ter topado, porque de repente ficaram muito intimidados.

no dia seguinte, fomos fazer um pic-nic em genève com a chloé. com o braseiro que estava, e depois de hora e meia numa autoestrada entupida, andar descalços na relva e ouvir um concerto de punk jazz e comer salada de arroz soube muito bem. não que eu seja grande fã de punk jazz, mas este grupo era muito bom. e o vocalista parecia que estava nú da cinta para baixo porque só tinha uns boxers e uns collants cor de pele. e dominava o piano com a maior pinta.

era noite escura e o calor persistia. as pessoas no parque também!

18.7.10

aproveitar

uma das coisas que mais gosto sobre viver sozinha é de poder cozinhar se quiser, quando quiser, o que quiser. com os ingredientes que, dantes, um não podia comer, o outro não gostava, e por aí fora.

uma das coisas que mais detesto sobre viver sozinha é de cozinhar muitas vezes só para mim. ando há meses para ir ao mercado comprar legumes e fruta frescos, mas desisto facilmente porque sei que não posso comprar muita coisa e variada e porque muitas das coisas que compro acabam por apodrecer no frigorífico. especialmente em semanas em que o que vai acontecer no dia seguinte é sempre surpresa.

durante as primeiras semanas, deitava muita coisa fora. agora, tento evitar comprar tudo o que acho que gostaria de comer e tento pensar no que realmente vou comer. mas há sempre dias em que, como hoje, tento pensar em tudo o que está à espera no frigorífico para ser comido, e improviso qualquer coisa.

foi assim que saiu este bolo de legumes. com tudo o que estava no frigorífico a dar as últimas!

uma cenoura. meia beterraba (a inquilina mais antiga do meu frigorífico). alho francês que tinha no congelador. meia chouriça que já estava a ganhar bolor. o único ovo que tinha. uns restos de queijo da ilha. farinha com fermento. manteiga. uma pitada de noz moscada. uma pitada de pimenta. umas folhas do meu manjericão, o único ser vivo para além de mim nesta casa. fiz a massa como se fosse para um bolo normal, sem açúcar. salteei os legumes. juntei tudo, estranhei o cheiro e ri-me com o aspecto rosado da mixórdia.

e no fim, estava delicioso!