12.11.06

ça se passe trop vite

Tenho tido arrepios.
pela espinha, nas entranhas
psicossomáticos, quem diria
suores frios

em momentos nos quais já não me revia há anos
na missa
em tardes de sábado iguais às de sempre
ao ver caras, iguais a sempre

quando os olhares passam e fogem, querem dizer qualquer coisa e não têm tempo

uma reacção corporal àquilo a que já se ganhou anti-corpos?

ver coisas bonitas já é demasiado difícil, porque dali só se quer correr o mais depressa possível. a passagem, em que nada acontece. à espera de algo que nunca chega, como o outro.

vamos embora? - vamos.
então, vamos.

vamos embora desta espécie de torpor, que impede ou que é em si uma desculpa para que não se olhe para aquilo que é demasiado bonito para não se ver. vamos embora deste sentimento de espera,

as reacções corporais têm mais razão do que se possa imaginar.
a música disse-o.
aquela imagem disse-o.
aquele olhar disse muito mais do que tudo isso.

e este arrepio é que tem razão.

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