19.6.07

in memory of my boots

o funeral prometido não tem ainda uma foto das defuntas

compradas em 1999 para esta actividadepara a qual também comprei as calças, que deixavam um rasto de azul por onde quer que eu passasse, dando azo à invenção de uma nova modalidade: Sku.


Com as minhas fiéis companheiras, calcorrei metade do Gerês

por aldeias e tradições
(ou em como a bosta é só erva ruminada e fecha os fornos do pão)

acondicionando a descida escorregadia de rios e montanhas

em todos o tipos de estados de espírito

em todos os tipos de tarefas

em vários tipos de transporte (este era batota)

Tiveram um momento crítico, em 2002, quando caí numa fossa suja e gordurosa de restos alimentares, no XX ACANAC.
Mas sobreviveram.

Nesse ano, ainda foram à Tailândia


e até andaram de elefante (apesar de hoje ter vergonha, por ter noção de algumas coisas que não tinha na altura) (shame on me)

fizeram serviço comunitário na escola de uma aldeia thai

Ainda participaram num último ACAREG e num acampamento de aniversário do agrupamento.(aniversário do agrupamento, 2005)

(acareg 2005)

Depois, veio a Suíça e elas ficaram em Portugal, já a precisar de reforma. Calcei-as passado uns tempos, para ir para o monte cortar lenha, quando me apercebi que a sola se desfazia e largava bocados por todo o lado.

Estavam mortas.
Mas tiveram uma boa vida.

Devem ter andado milhares de quilómetros, usei-as em duas promessas, um ACANAC, dois ACAREG's e um Jamboree, para além de dezenas de acampamentos.

Afinal não são só os álbuns dos Radiohead que fazem memórias.
When you got no music, you still got your feet and they take you to places...

Agora, já tenho umas novas. E prometem viver tanto como as outras.

A novos ciclos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Agora percebo a cena do funeral..elas merecem exéquias! RS