isto sempre foi de temporadas. durante uns tempos, escrevemos tantas coisas que até atraímos visitas inesperadas de gente que não conhecemos ou que não esperávamos encontrar aqui. noutras vezes, escrevemos tão pouco que mal dá para alimentar as expectativas da família, e as nossas também.
mas lembras-te porque é que isto começou? claro que lembras. era outono e tínhamos acabado de aterrar aqui e não queríamos. completamente deslocadas, estrangeiras na nossa própria casa. mas mantivemo-nos inspiradas, cheias de sonhos e projectos para não nos deixarmos morrer aqui.
são ciclos. e este é um semelhante. desta vez fui eu que saí e o regresso traz dúvidas e um sabor de arrependimento, de que a vida é noutro lado e tudo o mais. mas tu sabe-lo tão bem como eu porque, mesmo não tendo ido a lado nenhum, estás (ou queres estar) sempre num sítio que não é aqui, que não é isto.
mas depois de um ponto de situação carregado de melancolia, ou desespero, ou alguma dessas palavras que não augura coisa boa, o objectivo. voltar aqui. que isto é onde mostramos que, apesar de tudo, não somos coitadinhas. nem vamos ser. mesmo nos dias feios e chuvosos de outono, ainda encontramos coisas bonitas para ver, viver e fazer.
vou deixar de adiar os posts para contar tudo o que está para trás. aqui, é mais simples do que isso.
25.11.09
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joui
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12:47 da tarde
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17.11.09
8.11.09
5.11.09
1.11.09
29.10.09
13/50

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cursed eyes
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9:47 da manhã
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22.10.09
update
só para dizer olá, ainda por cá ando
só para dizer que fui à imensa serra da freita, de visita, de passagem, de turista
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cursed eyes
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4:09 da tarde
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15.9.09
11 - Read ten classic books (3/10)
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cursed eyes
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11:42 da manhã
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13.9.09
37/50
bof...que dureza ser professor
sobre o resto, as palavras de nuno markl sobre "entre les murs"
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cursed eyes
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10:10 da tarde
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8.9.09
27.8.09
12/50
comprei-o no museu nacional da islândia. depois da lição de história, sentia-me realmente curiosa para ver um pouco mais da cultura islandesa. halldoór laxness é um autor da terra, tendo já vencido o prémio nobel da literatura.
este livro é esquisito. não pela forma como se escreve mas porque os islandeses são esqusitos, são bichos do mato e são poesia.
conta-nos a história de um homem muito pobre, muito meticuloso e cuidado de após ouvir a verdade da boca de um mormon, decide deixar a família rumo ao utah para experimentar esta verdade, este zion.
é bom de ler, mas os islandeses, irra.
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cursed eyes
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12:25 da tarde
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25.8.09
caminho de santiago
e assim que descobri que podia, mandei uma mensagem a dizer "vê se arranjas umas botas".
tinha pensado - aliás, listado - fazer o caminho francês de santiago. tenho a mania de diminuir algumas coisas. o caminho português não é nada de diminuir, se bem que apenas fizemos uma pequena parte, desde ponte de lima até santiago de compostela, foram 150km distribuídos por 7 dias bem passados.o primeiro dia foi de ponte de lima até rubiães (19km). foi o mais difícil, nada que já não nos tivessem avisado. a serra da labruja tem secções em que se faz escalada e não subidas! mas serviu para esticar bem os músculos.
depois deste primeiro dia, em que começámos a ver quais seriam os nossos companheiros de viagem, seguimos para tui, numa empreitada de 24 km. as paisagens eram bonitas, bem minhotas, bem verdes e frescas.
cedo aprendemos que para o nosso bem devíamos madrugar e assim foi, acordávamos sempre pelas 4, 5horas da manhã.rio minho, visto da ponte internacional que liga valença a tui
olé
vista do albergue de tui. lamentavelmente ou não (ou sim!) ficava mesmo no centro, e - agradeço o meu sono pesado - por isso muita gente não dormiu graças aos bottellons dos miúdos, eh eh.
por isso acordaram-me ainda mais cedo do que pensava para a etapa mais longa: tui-redondela, de 31 km. nada de muito puxado, mas desgastante, uma vez que é o troço mais feio, que passa por um polígono industrial interminável, fedorento e, enfim. foi uma grande felicidade quando chegámos!
e como é claro, passámos as tardes nas cañas, com pontuais momentos de planeamento.
aqui partíamos de redondela para pontevedra, em 18 km (um tirinho, como dizia o outro)
pontevedra - briallos, 19km
briallos - padrón, 24 km. foi o que melhor se fez. em neblina, com boa companhia, boa passada.
padrón!
e depois, aquela que penso ter sido a mais difícil, por causa dos dias anteriores, por causa da brevidade do objectivo. padrón-santiago tinha 24 km de distância. mas neste dia umas dores de joelho, de ancas e não sei que mais apareceram. com elas apareceu a chuva. e finalmente, perdemo-nos pela primeira vez, o que deve ter acrescentado mais uns 3 ou 4 km ao percurso inicial. chegámos cansados, mas a sensação de ver a catedral bem ao longe dá uma força tal que até se corre!
aqui estámos nós, ismael, joana e luís, acabadinhos de chegar, num enquadramento terrível mas engraçado
e aqui, já limpinhos e descansados, nas cañas.
nas cañas.
et voilá!
na verdade, não sei bem em que se pensa no caminho. pensa-se quanto falta, inventam-se histórias, conhecem-se pessoas. conhecemos imensas personagens, que até registámos numa lista. é bonita a cumplicidade que se vive entre os peregrinos, nos albergues e pelas ruas quando nos encontramos.
ainda nas esplanadas de santiago
já falávamos no próximo. o inglês? o do norte? o francês?
a ver. haja tempo.
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cursed eyes
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3:46 da tarde
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santulhão
um pouco como todo o verão recente, fui inesperadamente parar a santulhão, em trás-os-montes. graças a um convite da lili que ia dar uma oficina de danças tradicionais no ix festival de música tradicional celta de santulhão, lá fui.
ainda antes da oficina, depois de um almoço bem familiar, demos um pulo a bragança, e sem dar por ela, passámos mesmo ao lado do museu ibérico da máscara e do traje. ora essa, entrámos e vimos uma impensável riqueza de trajes que se utilizam em festividades de inverno, carnaval, natal e afins. lamento as fotografias envidraçadas (fotos da lili, aliás), mas o museu merece uma visita. é pequenino mas bem rico e bem documentado. dá para maravilhar com a originalidade do povo, o aproveitamente lindíssimo de recursos da terra.depois regressámos de novo a santulhão, e com uma oficina recheada de gentes, caótica e divertida, lá fomos para um jantar com a famelga que nos adoptou. depois...ouvíamos já os gaiteiros na rua, os pauliteiros já quentes...não dá mais, saímos logo!
e mal saímos já demos por nós em cima de um belo burro mirandês (o meu tropeçava muito e o dela tinha medo das sombras) e tínhamos mesmo à nossa frente os pauliteiros de malhadas a fazer as maiores brutalidades com os palos.
a noite...meu deus, a noite é assim...assim que vêem gente nova, começam a meter conversa, a pagar bebidas, a oferecer senhas...a queimada, as sandes de porco, a fogueira, o bailarico onde TODOS entram.
nem tenho palavras, foi o melhor festival em que já estive, o mais caloroso, aquele genuíno e sem grandes presunções. é quase um festival de família, numa freguesia com grande orgulho e grande sentido de comunidade. quero voltar.
deitamo-nos a amanhecer e só nos deixaram sair depois de uma grande sandes de porco assado no espeto comida no seio de uma família que não conhecíamos...
cada vez mais gosto de trás os montes. costuma-se dizer que se é de alguma terra "do coração". pois eu gostava de ser transmontana de coração.
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cursed eyes
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3:41 da tarde
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