12.1.07

maldição


Que destino, ou maldição
Manda em nós, meu coração?
Um
do outro assim perdido,
Somos dois gritos calados,
Dois fados desencontrados,
Dois amantes desunidos.

Por ti sofro e vou morrendo,
Não te encontro, nem
te entendo,
A mim o digo sem razão:
Coração... quando
te cansas
Das nossas mortas esperanças,
Quando paras,
coração?

Nesta luta, esta agonia,
Canto e choro
de alegria,
Sou feliz e desgraçada.
Que sina a tua,
meu peito,
Que nunca estás satisfeito,
Que dás tudo...
e não tens nada.

Na gelada solidão,
Que tu me
dás coração,
Não é vida nem é morte:
É lucidez,
desatino,
De ler no próprio destino
sem poder
mudar-lhe a sorte...

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