30.5.11

for the love of asparagus

espargos não é uma coisa que apareça muito frequentemente nas nossas mesas. são encarados como alimento requintado, talvez pelo seu preço que, já li em algum lado, tem a ver com o facto de terem de ser colhidos à mão.


mas vem o mês de maio e eles aparecem nos supermercados e fico maravilhada com a sua perfeição. todos os anos digo um dia hei-de experimentar. este ano foi o dia.
comprei um molhe.

no primeiro dia cortei-os aos bocadinhos e grelhei-os e salteei com alho, azeite e broa.
no segundo dia salteei com alho e juntei a uma simples massa de pesto com atum, ovo cozido e queijo ralado por cima.

comida de ricos, uma ova. são bem bons e mais baratos que um bife.
veredicto: quero mais.

escalada


ontem fomos fazer escalada num bosque aqui perto. o zvo tem feito frequentemente e já tem material e conhecimento suficientes para se sentir confiante a ensinar-me. e eu só quero ir por ali acima. chegar ao topo de cada via sabe a vitória!

25.5.11

novo interesse


o meu interesse na geórgia, graças às danças, transferiu-se também para arménia. comecei a pesquisar e deparei com histórias que são do mais horrível, inacreditável e desumano que já li.
o massacre da população armena no antigo império otomano é um terror. por uma série de motivos, ora por serem cristãos - logo, de classe inferior - ora por deterem um bom circuito comercial, os turcos com vontade de regressar a um império pan-turco tomaram a decisão de eliminar as minorias do território, e com especial vileza, a população armena.

não é boa ideia contar as histórias que li e as imagens que por aí andam, mas das formas mais bárbaras os turcos eliminaram 1,5 milhões de armenos, atingindo o auge do genocído em 1915.
quem sobrevive, não quer falar, não lhe chamavam genocídio, a palavra não existia. como se vive depois disto, como estarão as relações entre os dois países agora, o que se perdeu? é curioso que um testemunho diz que a tradição turca é roubada. as danças, a comida, a arquitectura...tudo é fruto de pilhagens e usurpações do género. interessante.

an angel at my table, janet frame


há mais de um ano que não terminava um livro. passei imenso tempo sem ler e em pouco tempo comecei outros tantos que continuam pendentes. acabei o que me acompanha desde a minha ida à dinamarca, senão antes. an angel at my table é uma autobiografia da escritora neo-zelandesa janet frame.

foi também o livro que inspirou a realizadora jane campion a fazer um dos meus filmes preferidos com o mesmo título. tenho de o rever o quanto antes, pela...quarta vez?

janet frame passou privações bastante dolorosas que conta com uma simplicidade e uma naturalidade incríveis. desde a infância pobre onde não tinha muita roupa para vestir, à adolescência onde as roupas lhe apertavam o peito ou as toalhas que tinha entre as pernas se previam através das calças. acompanha-a sempre a associação a poemas, a vontade de escrever, a observação diferente da natureza, as pessoas. em pouco tempo revela-se uma escritora talentosa, mas os médicos neo-zelandeses confudiram o seu comportamento diferente com...esquizofrenia. e por isso passa 8 anos num hospício a sofrer tratamentos terríveis de choques eléctricos.

é salva por um prémio literário que ganha noutro país.

depois viaja por espanha, londres, frança, londres e regressa a casa, e assim termina. assistimos à morte das duas irmãs, à doença do irmão, a morte da mãe, do pai, e tudo com uma doçura de uma menina envergonhada, que penso que nunca desapareceu, nem quando morreu em 2004.

agora só me falta acabar os outros quatro.