Já te tinha avisado que isto ia acontecer.
Depois de lançar a minha lista, não consigo parar de encontrar outras coisas que queria meter lá. Ainda não passou muito mais de um mês e ela já está desactualizada. Mas é para isso que serve, não é? De ter uma sensação de metamorfose?
Quem diria há uns meses que eu agora iria ter vontade de fazer
uma colagem por semana?
30.11.07
item extra #1
Postado por joui às 6:13 da tarde 2 comentários
o mote do dia
nada mais a calhar, no site da keri smith (onde é que eu andei este tempo todo?)
Postado por joui às 5:23 da tarde 3 comentários
eu 2
Mais procedimental do que semântica, definitivamente.
Postado por joui às 1:36 da tarde 2 comentários
expired
originally uploaded by tryred62
Hoje apetece-me a minha.
Sair destas quatro paredes recheadas de mesas cinzentas, luzes apáticas e ecrãs de computadores. Apanhar as botas pelo caminho e ir caminhar, caminhar, caminhar. Eu é mais montanhas e terra e sujidade e ar puro.
Ainda não consigo compreender muito bem como é que vim aqui parar.
Postado por joui às 12:34 da tarde 1 comentários
eu
Minhota, de raça alentejana, com uns retoques marifontistas e uns salpicos de extraterrestre.
Postado por joui às 12:26 da tarde 1 comentários
d'isto
é chegar a casa depois dum serão dos bons
e o silêncio comer-te mais do que se tivesse passado a noite sozinha, a ouvi-lo
e haver qualquer coisa lá dentro mais vazio do que a cama fria
e saber porquê
assim se aguentam distâncias
de espaço, de tempo
mas não d'isso
Postado por joui às 2:45 da manhã 2 comentários
c'est si simple
Devia ser Maio ou Junho, já não me lembro bem. Decerto que era Primavera, pela cronologia dos acontecimentos. O tempo tinha passado demasiado depressa, chegava ao fim e havia o desejo de o manipular para que não voasse daquela maneira. Oscilava entre uma certa nostalgia, procurava pastéis de nata e croissants de massa fofa para o pequeno-almoço, mas algo me dizia para estar alerta, que essa vontade ia acabar mal assentasse pé no chão.
Devia ser o fim de tarde desse dia. Entre uma ida à discoteca (biblioteca de discos) ou umas compras quaisquer para mais uma tainada lá em casa, a Chloé sentara-se no chão e contava-me os seus planos para depois. Com uma vontade tão definida como simples, o toque que eu nunca conseguiria dar a decisões daquele calibre.
Foi aí que percebi que sim, que era assim tão simples.
Agora, o tempo passa demasiado devagar. Mas há-de-lhe chegar o fim.
E eu sei o que é que vou fazer. Como ela sabia, naquele dia.
Postado por joui às 2:39 da manhã 2 comentários
28.11.07
60. Comprar o livro de culinária do Jamie Oliver
Postado por cursed eyes às 3:27 da tarde 2 comentários
26. Percorrer o trilho das Minas dos Carris no Gerês
Postado por cursed eyes às 3:24 da tarde 2 comentários
27.11.07
66. Comprar um caderno e uma caneta. Trazê-los sempre comigo.
Postado por cursed eyes às 7:53 da tarde 2 comentários
26.11.07
Era uma green faxavor
Ora quem diria que somos mais verdes que a Nova-Zelândia?
Postado por cursed eyes às 12:42 da manhã 0 comentários
23.11.07
:(
não me sinto nada bem.
comprei lápis de cera da giotto, 24 cores bonitas. comprei um livro de colorir pequenino. já pintei um veado lilás com presas cor da pele. e cascos azuis escuros. o céu ficou preto e o chão cinzento. no outro dia vi uns segundos de um documentário sobre savants. estimulavam-lhes determinadas áreas do cérebro e eles conseguiam contar estímulos em brevíssimas exposições, coisas loucas. que engraçado, precisava de uma estimulação assim.
comprei um bloco de papel branco A3 para fazer esquemas longos e coloridos e livres.
depois fui conhecer a nova fnac e vi josé carlos fernandes e joe sacco e will eisner e os livros mais lindos de história e da national geographic.
cheguei a casa, toquei flauta, pintei, vi morangos com açucar - a "inês" é a pior actriz dos últimos tempos - e comi uma dourada inteira, com esforço. tranquei-me no quarto, vou já deitar-me a seguir porque me apetece ficar insconciente quanto antes. e acordar e ser, sei lá, natal. afinal eu gosto do natal.
que bom que amanhã vou tão alto que espaireço toda.
Postado por cursed eyes às 10:01 da tarde 2 comentários
22.11.07
What they've seen is just a beam of your sun that banishes winter
Let us go! Though we know it's a hopeless endeavor
The ties that bind, they are barbed and spined and hold us close forever
Though there is nothing would help me come to grips with a sky that is gaping and yawning
There is a song I woke with on my lips as you sailed your great ship towards the morning
Postado por cursed eyes às 2:19 da manhã 0 comentários
18.11.07
The Bell Jar
Tiveste a reacção mais estranha ("Putain...") quando, de todos, escolhi este livro. Nunca tinha lido Sylvia Plath, sabia apenas o seu teor de ouvir falar, julgava-a neblosa, triste, intensa. É. Engraçado que as duas pessoas com quem falei sobre ela me disseram "cortante." e "é como facas.". Não é?
No início estava a ser quase assustador lê-la, identifiquei-me com tantas coisas que lhe passavam pela cabeça, o filtro que tinha nos olhos. Mas depois é a descer e arrasta-nos com ela. É mesmo isso, é querer respirar e não ter ar, não o encontrar em nenhum lugar.
Quero mais.
Postado por cursed eyes às 5:59 da tarde 2 comentários
11.11.07
da gaita
Finalmente surgiu a oportunidade de aprender o instrumento que mais me fascinou desde que oiço música. E isso já leva uma porrada de anos.
Acontece que só recentemente descobri que apesar de gostar de pianos, de violoncelos, de instrumentos clássicos em geral, o que me faz vibrar é a música feita pelo povo e não há nada mais campestre mais da terra do que a gaita de foles.
Senão vê. Reza a história que a gaita (picha em galego, não facilitam também...) surge intimamente ligada ao clima serrano. Com um ronco que faz lembrar a ronca do farol, dizem que o pastor levava a gaita para o monte, para onde ia pastar as ovelhas, e quando baixava o nevoeiro tocava a gaita, cujo som pode ter até um km de alcance, para chamar os bichos. Daí o fole que prolonga o sinal.
A questão é, está a ser um verdadeiro desafio a par de um empenho que devia dedicar a outras coisas, segundo a minha mãe. É difícil. Quando faço coisas, quando toco flauta, quando aprendo um ritmo, quando treino nas teclas, as coisas saem bem. Quando pego na gaita de foles faço força e fico tensa e tento e tento e sinto que nunca vou conseguir porque sou fraquinha dos braços mas depois oiço um Bailate Carolina ou uma Vals de Miró, que são tão simples e tão bonitas, e penso que na na, vou conseguir e vou tentar e esfarelar músculos do braço, da boca, de one for preciso, mas hei-de ser uma gaiteira lampeira!
Postado por cursed eyes às 10:53 da tarde 5 comentários
I should do this more often
Passaram-se duas horas, e nem meia parecia, se é que se pode falar sequer em contagem de tempo, num concerto que te leva way beyond driven, como dizia alguém que conheço.
Faz-se desaparecer o auditório, as cadeiras, as pessoas, és tu e a música e o pé que não pára, ou a mão e deixas entrar (ou sair) aquilo que bem lhe apetecer na corrente de consciência.
O Garbarek brinca com os seus saxofones como quer e como bem lhe apetece e daquela cumplicidade entre os quatro elementos, sai mel para os ouvidos. O baixista fez um solo como eu nunca vi (não que tenha visto muita coisa) e o pianista era louco. Um louco com um Steinway nas mãos. Do baterista, gabo-lhe a cor, a musicalidade que dá àquilo que toca.
Em dias assim, a vontade é de ir embora de ouvidos tapados, para não entrar mais nada.
Postado por joui às 7:46 da tarde 0 comentários
item 52
Inscrever-me na base nacional de dadores de medula óssea.
Feito.
Porque sim. Para além de todas as razões que a gente já conhece.
Não custou nada, só uma negrazinha no braço.
Mas nada comparada às que tenho nos joelhos depois da minha primeiríssima actuação com os Bomboémia.
Postado por joui às 7:39 da tarde 4 comentários
10.11.07
weekends
Quando era um pouco mais pequenina do que agora, fazia lanches para a minha família com bolos que fazia e que punham a minha avó sempre a resmungar que eu era uma desarrumada e que deixava a cozinha toda porca.
Postado por joui às 6:34 da tarde 4 comentários
7.11.07
Ritês
compadecer
sobronho
connard = coelho em holandês
defandada
ajuda-me
Postado por joui às 8:03 da tarde 1 comentários
3.11.07
the silly billies
RiSo_san diz:
hoje vi cisnes num vanal
RiSo_san diz:
canal
joana diz:
estás super fanhosa a escrever
joana diz:
cisnes é bué da romântico.
joana diz:
o xxxxxx?
RiSo_san diz:
lol
RiSo_san diz:
espera.
RiSo_san diz:
vi cisnes à porrada.
joana diz:
WOW!
RiSo_san diz:
sim!!!!
RiSo_san diz:
o cisne com as manchas castanhas
RiSo_san diz:
teve que retirar-se do campo
RiSo_san diz:
em defandada
RiSo_san diz:
mas houve uma perseguição espectacular!!!!
joana diz:
era limpinho, o que estava a lutar com ele?
RiSo_san diz:
era branco
RiSo_san diz:
o das machas não estava sujo.
RiSo_san diz:
tinha manchas naturais!
joana diz:
noto xenofobia no meio dos cisnes...
RiSo_san diz:
mas a perseguição é que foi fixe...porque parecia que estavam a caminhar em cima da água mas de asas abertas...
RiSo_san diz:
sim!!!!
RiSo_san diz:
racismo!
RiSo_san diz:
eu dei por mim a pensar..
RiSo_san diz:
que nós, humanos ao menos só somos racistas com os pretos
RiSo_san diz:
nem tanto com os mulatos
RiSo_san diz:
mas os cisnes.
Postado por cursed eyes às 9:42 da tarde 2 comentários
Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de
verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar
sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é
mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e
das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de
antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor
passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.
Reunem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa
variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser
desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O
resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam
"praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do
amor doente, do único amor verdadeiro que há¡ estou farto de conversas,
farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi
namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia,
são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá¡ tudo bem,
tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, banalidades,
borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já
ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o
desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a
comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não
é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a
pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso
"dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e
descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se
vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a
loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É
essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é
para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode.
Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para
nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de
inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A
"vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um
fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem
tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não
dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa
alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe,
não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que
a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e
minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade
pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num
momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por
muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração
guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida,
quando não esta lá¡ quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso
amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se
ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver
sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode
ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
Elogio ao Amor, Miguel Esteves Cardoso
Postado por cursed eyes às 2:51 da manhã 1 comentários