18.4.07

it could be the cure for anything

Já sei que já sabes o que fiz enquanto andaram a passear os rabinhos por terras celtas.


Foi altura de voltar às raízes, foi altura de saber bem.


Tudo começou com uma tentativa frustrada de arrumar (mais uma vez) o meu quarto. Comecei a descobrir coisas antigas, depois de deitar fora 8kg (quase que apostava) de papel velho, revistas e jornais que nunca tinha tido coragem de deitar, sempre dizendo para mim mesma, que um dia mais tarde ia gostar de reler aquelas coisas, mesmo sabendo que a minha (des)organização não suporta tanta tralha. Encontrei cartas antigas que nunca cheguei a enviar e ainda bem, devo ter-me arrependido de ser assim antes de meter a carta no correio. Encontrei manuais de coisas que já não funcionam há muito tempo. Livros que já não me lembrava de ter, quanto mais de ter lido. E outras coisas que tal.


Depois veio o rapazola e, com ele, a impossibilidade de passar tempo no meu quarto, quanto mais arrumá-lo.

Logo de seguida, assim de rajada... a Páscoa. Que é sinónimo de azáfama, principalmente para a Avó Ana, que consegue fazer com que arroz de pato e cabrito para 17 ou 18 pessoas pareça fácil como um lanchinho. Todos os anos, claro. No Natal já houve inovações, mas ainda niguém se atreveu a sugerir que o almoço de Páscoa fosse noutra casa.


Depois há todo o cenário de tirar todas as coisas da mesa e pô-la bonitinha para o Compasso (senhores da Cruz) que acabam por não comer nada e só beberricar um bocadinho de vinho do Porto (em todas as casas, claro). Ah. E todos os anos temos a visita da querida da Tia Maria Ângela que gosta de fazer sugestões sobre as vestimentas das sobrinhas mais novas, não se esquecendo de apalpar novos inchaços e saliências que surjam durante o tempo que não nos vê. Claro que ela agora já não se lembra da última vez que nos viu e ninguém gosta de beliscões nas maminhas e no rabo, por isso já ninguém se chega perto dela. eheh.

É só uma inovação de gerações.



epois, a tradição que trouxemos há 10anos de Inglaterra. Só que há 10 anos eram Cadbury's Creme Eggs que escondíamos no jardinzinho genial que tínhamos em casa. Agora, todos os anos, o quintal da Avó Ana é arrasado por selvagens que farejam chocolate. A Avó Ana queixa-se todos os anos por amor às suas queridas plantinhas, mas é sempre de sorrisinho no olho. Já toda a gente sabe quando ela finge que está zangada.

Ah. A Rita foi a vencedora deste ano, de longe. Ela encontrou aí uns 8 ovos e o resto do pessoal não passou dos 2 ou 3.

O Francisco e o Paulinho, compinchas e travessos.


Páscoa que é Páscoa tem de ter passeio de família. Levámos o Adam ao Castelo da Póvoa, ao Castro de Lanhoso e às preciosidades da terriola.


Este é o Adam.

Estes somos nós.

11.4.07

wall of fame


é verdade, esta foi tirada para ti, já que trabalhas no passeio da fama, aqui vai a parede da fama

dumbs of dublin




em roma sê romano, né.
e depois bloqueado nos bares!


estava a olhar para os bebés do meu timbalão

em akrow

trinity college
faz-me rir tanto, esta
aquilo à volta da barriga é a j lo "inchada"

eu explico, isto é dumblinia, acho que um museu para crianças, mas divertimo-nos para cacete a fazer como elas. e os vikings eram mariquinhas e não usavam corninhos.





mackay no mercado de escravos

j lo

e era disto de vez em quando

só eu caí em tentação
jo & jo
nem na terra dela a rita cede à jola

tudo pelas wellie's

The happy ring house!


feel stuck in your life? call laura.

10.4.07

we don't own it

estou exausta
acabei de chegar há umas quatro horas atrás e sinto-me ainda acelerada, atrasada, a querer acompanhar coisas que continuam paradas
a viagem foi tão boa. arrepio-me só de pensar no que vem agora, mas com esforço, dedicação, as coisas vão sendo feitas

estou tão cansada. não durmo há mais de 24 horas e mesmo assim não quero dormir porque passei cinco dias sem ouvir música
e ninguém me calava o bonnie durante todos estes dias

as almofadas não me são estranhas, estou cada vez mais maleável e sinto que estou cada vez melhor para fazer disto a minha vida
mas é sempre tão bom regressar a casa. estava tão ansiosa por voltar a casa, depois da noite no aeroporto sem sono, da viagem de avião a ler toda a reportagem e publicidade da revista que trouxe, do metro e do comboio interminável. a minha casa cheirava tão bem, tu sabes, páscoa.

tanta coisa que não quero esquecer
que tarde linda ao pé do mar
que escarpas mais belas e brutas

não encontrei nenhum trevo, acredita
mas rebolei muito naquela relva
e faltavas tu
não podes faltar a mais nenhuma

5.4.07

just missed it

Para além de ter dado o concerto que eu não vi
ele
fez isto

never cease to remember

não sei

bem a letra
mas é mais ou menos
when you're alone there's no one to hurt you

o concerto foi tão bonito
estou em paz
não me apetece ensacar nada
quero leite com mel
and love you

ci vediamo dopo amiga, trago-te um trevo, talvez chá de trevo de quatro folhas te tire essas coisas.

2.4.07

showing off





Basta enviar as fotos para http://www.allphotographersnow.ch/

29.3.07

Kodak music: You press the button, we do the rest


We're living at a rapid pace I vow,
These times are filled with fancies strange and queer,
Electric snaps are now familiar things,
New wonders great are bobbing up each year.

In olden days for pictures they would sit,
In attitude like this an awful guy!
But now a days the Kodak changes that,
And photographs are captured on the fly!

Isn't it simple? Isn't it quick?
Such a small box, It must be a trick!
How do you work it? What is the test!
You press the button, we do the rest!

No longer is a cottage small our home,
Apartment buildings come to take their place,
We all before the janitor bow down,
The elevator boys the toughest case!

He's always down when you are at the top,
When you're in haste, he's reading or asleep!
You ring an hour and then an hour you wait,
You swear and he replies, well walkin's cheap.

Isn't it tiresome? Isn't it slow?
He makes you wait above or below,
Oh what a nuisance! Oh what a pest!
You press the button, he takes a rest!

Last week I traveled far into the West,
To Iowa and Kansas both I went,
And plainly saw how Prohibition works,
'Twas funny just as an experiment.

A hotel man may keep a stock of drugs,
And when the thirsty pilgrim seeks the bar,
The clerk, with many smiles will read the rules,
As posted ont9he door and there you are!

One ring for water, Two rings for ice,
Three for a lemon, or sugar or spice.
Don't give the snap away, This their request!
You press the button, They do the rest!

inspirations .3

mais coisas boas aqui

inspirations .2

é claro que, quando alguém se estiver a sentir especialmente generoso, uma assinaturazinha era especialmente bem recebida :)

inspirations

Comecei a perceber que já não são as palavras. As expressões processam-se em fases, talvez. Agora surgiu o novo amor.

Picturing.
Até onde?
A (in) existência de limites é explorada na exposição do Musée de l'Elysée, Lausanne: Tous Photographes !

uma snifadela doutros ares, calor humano e estimulações. diversas. it could be happiness.

Noah takes a photo of himself every day for 6 years.

http://everyday.noahkalina.com/

27.3.07

under the influence


Depois de Málaga, quem diria?
Bem que Genève bate 15 a 0. Ar condicionado e tal, quentinho, não tem avisos de 10 em 10 minutos.
Tem ainda, como bónus, um sem abrigo que se diverte a guardar a porta do aeroporto - "tu viens dormir ici aussi?"

yeah yeah mec, tout à fait

25.3.07

Parabéns Preto!


Lembras-te, era isto que eu não queria na altura, que elas ficassem em cima de ti
claro que isso deu azo a piadas fáceis e tal
mas ficaste bem enquadrado
como estás agora, cena perfeitamente repetível

um abraço bem forte daqui
preto das palavras fáceis

24.3.07

gostei de o ler, aqui o partilho

As tradições da tradição


15-Jan-2007
por Miguel Cardina. Originalmente publicado no programa canto nómada de André Moutinho.

Na Idade Média, a expressão tradutore traditore era usada para caracterizar o acto de traduzir. Quem traduz necessariamente trai. Ou, para utilizar uma expressão opular mais próxima de nós, quem conta um conto acrescenta um ponto. Mesmo que inconscientemente. Todos nós apropriamos de maneira pessoal as narrativas que lemos ou ouvimos, os gestos que fazemos, a própria língua que falamos. A aprendizagem cultural é feita, pois, como se estivéssemos num permanente jogo de segredos, passando a palavra ao companheiro do lado e recebendo-a recriada no final da roda.

Quando transmitimos as histórias, os gestos, as palavras, é um pouco de nós que também ali vai. Se assim não fosse, o passado viveria tão colado à nossa pele que não seria outra coisa senão o próprio presente. Felizmente não é assim. Constantemente traímos. Deste modo, a pior traição é aquela que finge que não existe, aquela que acredita que entre o passado e o presente se estabelece uma relação de transparência, de continuidade absoluta. Quem nisto acredita, ilude-se: não só nenhum de nós transmite passivamente os legados culturais como, muitas vezes, aquilo que nos parece ter raízes profundas foi, na verdade, criado numa esquina próxima do tempo.

Os séculos XVIII e XIX foram particularmente pródigos na invenção de tradições. Estamos na altura em que se processa o nascimento dos Estados-Nação, e era necessário mostrar especificidades nacionais que legitimassem essas realidades políticas. O interesse pelas tradições populares – com o folklore, à cabeça – vem daí. O século XX prolongou este processo, no quadro dos totalitarismos emergentes. Entre nós, é possível apontar vários exemplos desta fabricação institucional de marcas identitárias designadas como eternas ou imutáveis. Dos ranchos folclóricos à domesticação do fado, do galo de Barcelos à portugalização da saudade, uma boa parte da cobertura ideológica do Estado Novo foi construída com recurso a este expediente.
Nos dias de hoje, o processo de revalorização cultural das particularidades socais deixa-se frequentemente seduzir por esta invocação de uma memória supostamente mais «remota» e «autêntica». Repare-se como em alguns festivais étnicos ou feiras medievais é comum observar-se uma ânsia em reproduzir fragmentos cristalizados do passado, que acabam por patrocinar uma formatação mitológica da memória colectiva. Esta romantização do tempo e do espaço tem ainda um outro reflexo na rapidez com que se criam «tradições» e no modo indiscriminado como a palavra vem sendo usada: em diferentes lugares e circunstâncias, um acontecimento que se realize pela terceira ou quarta vez consecutiva arrisca-se a ser visto como uma «tradição recente». Esta estranha expressão dá conta de um certo conservadorismo difuso em muitas franjas sociais, que tendem a ver a simples invocação da «tradição» como argumento legitimador de acções e discursos que se pretendem colocar em prática. Curiosamente, o recurso constante à «tradição», mais do que introduzir acrescentos de memória, induz à amnésia. Uma comunidade obcecada pela nostalgia não é necessariamente uma comunidade mais atenta ao substrato cultural de onde vem. Pelo contrário, ela vive numa constante presentificação do tempo acontecido que dificulta a retrospecção crítica e tende a eliminar a diferença que o próprio passado constitui.
Estas reflexões parecem-me particularmente interessantes no contexto específico da música vulgarmente etiquetada como «tradicional», «popular», «folk», «étnica», etc. Expressões enganosas se com elas se pretende sugerir algum tipo de pureza. Talvez «música nómada» – tomando de empréstimo o nome do programa – desse melhor conta daquilo que na maioria das vezes se ouve sob esse rótulo. Sem citar nomes, uma série de grupos portugueses tem vindo a mostrar que a música «tradicional» – ou «nómada», se preferirmos – não é menos criativa do que as outras. Encarando o passado como ruína, como vestígio, estes grupos têm feito música sem receio de utilizar descaminhos e invenções. Sabem, enfim, que aquilo que se chama «tradição» é apenas um conjunto de acrescentos sedimentados. Uma letra “d” a tentar, traiçoeiramente, encaixar-se no meio da palavra certa.

20.3.07

oldies

também andei a fazer coisas menos precisas...
esta primeira é a melhor fotografia de todos os tempo, yé






como estou a fazer o cartaz para a próxima semana, andei a mexericar mais ilustradores e encontrei esta maravilha da colagem, o peter clark:


olha só que maravilha de vaca

16.3.07

the type of memories
that turn your bones
turn your bones to glass

daqui a tres horas tenho de estar desperta de novo.
ciência e tal
porra.

15.3.07

sabes, tu já por lá não andas mas eu sim ainda cedo aos meus caprichos mais feios e coscuvilheiros do dá cá cinco e hoje, enquanto esperava o leitinho das 19h, estava por lá a passear e encontrei o perfil do meu high school lover (apeteceu-me, e estando eu a ler the virgin suicides e tudo, contextualizo). foi muito emocionante, de repente tinha 16 outra vez e analisei tudo tudinho. como não sabia o seu nome chamava-lhe jeff buckley, era parecido - mas afinal não é - e fiquei com vontade de lhe escrever a contar isso. e vou fazer isso agora. nunca mais o vi.
o verão seguinte foi horrível, não por causa disso, só, mas porque estava a deixar uma coisa e a começar outra e isso assustava-me muito. foram dos meses mais tristes, a sério, acho que nunca voltei a sentir-me tão mal durante tanto tempo.
jolly good, a transição trouxe-me coisas boazinhas.

14.3.07

if you would

je vais essayer d'écrire en français
hier j'etait dans la rue et je voudrais que tout au retour etait en français!
putain, c'est trés trés douloureux écrire comme ça

olha, merda
e pensar que enfim, já conversei
:(

estou a tentar fazer uma coisa e a conseguir, mas não sei se estou feliz com isso

aprendi que não posso ser eu-eu quando me apresento a pessoas que não me conhecem
já apanhei com um silêncio longo
e, pelos vistos, já enganei
"calma calma, que ela sabe o que quer"
o tanas, seu tótó, mas melhor assim

hoje recebi o fup, dois anos depois o meu pato regressou a casa, após ter passado pelos EUA e por Berlim

apercebi-me que a infância da minha mãe foi bastante surreal
choques eléctricos
estaladas na cara em ruas desertas
muito esoterismo e cenas fantasmagóricas
as imagens mentais são fabulosas

morreram duas pessoas conhecidas nas últimas duas semanas

hoje a minha mãe esteve a explicar-me como são os velórios na igreja de s. vítor
é uma salinha pequena, o caixão, e bancos

anda por aí.

depois do livro dos mortos de belleville tento fazer o meu, pragmatizando-a. ora, entre lábios pintados, cinzas em mosteiros cartuxos, corpos em tábuas frias, compilam-se informações que assim até parecem...ficção, longínquas.

o outro dizia que quando se morre, só se muda de bairro e passados alguns anos, mudamo-nos para o campo. isto faz-nos coexistir (de repente o verbo pareceu desadequado e de repente já não o pareceu) com mortos, que afinal, vivem, mas vivem diferente e melhor!
não podia haver melhor perspectiva sobre a coisa. permitia-me ver a aurora burealis que possivelmente não verei em vida, lá no campo frio onde iria morar.
e teria uma agenda telefónica secreta.
e outros segredos

palimpsesto

do Lat. palimpsestu <>palímpsestos < pálin, de novo + psáo, raspar

s. m., pergaminho manuscrito medieval em que, por raspagem, se fez desaparecer a primeira escrita para nele escrever de novo, mas do qual, por vezes, se tem conseguido fazer reaparecer, por processos químicos, os caracteres do texto primitivo.

12.3.07

vício


11.3.07

faz bem



cadáveres mortos são coisas são coisas vivas e incomodativas e espelham-se nas partículas azedas (queria dizer cúspidas, cúspidas, enganei-me!) doentias que nos espalham pessoas aparentemente, irrisoriamente felizes. creio que em cada porta ao lado terminam avisos, creo em pequenas correntes de ar e leves...eu também e tenho medo e vontade que tudo o que sei sobre memória seja verdade. se não for poderás ser tu a recolher aquilo que for verdade.diz ele, parece insane...mas o que é mais insane do que estar a escrever isto e sentir que tenho o rabo à mostra? sinto que me viram como sou verdadeiramente. gostava de conseguir ver com a mesma clareza pelo menos alguns momentos que prolongamos sozinhas. proloooonga.o imediato. em repeat.o duradouro do plástico bem guardado e cuidadosamente preservado

queres continuar?

" tem os olhos bonitos, não são maus"
- dona guida

e mais uma coisa
tira curso de pichelaria de não de ourivesaria
arranja os canos da casa
porque ias mesmo gostar
vivo ansiosa que cheguem os ensaios, que garra que é bater com toda a força naquela pele
e aquele grupo, começo a ver, é bem forte, bem bonito

tive o pior sonho de todos tempos
fogo fogo fogo
em tudo possível, nada das mirabolâncias do costume
foi foda mesmo
fogo.

o meu dia já vai longo
estou em brigada vitor jara
estas coisas fazem-me feliz, este folclore é do mais bonito


Meninas vamos à murta
Meninas vamos à murta
Eu bem a sei apanhar
Eu bem a sei apanhar

Debaixo da murtanheira
Mil abraços te hei-de dar
Eu bem a sei apanhar

Já não tenho coração
Já mo tiraram do peito
Onde eu tinha o coração
Nasceu-me um amor perfeito
Já mo tiraram do peito